Nos últimos anos, a ABF vem acompanhado a movimentação do mercado de franquias brasileiro nos municípios com base na variação de operações, mas, com a maior maturidade de seu banco de dados, a entidade desenvolveu um novo tipo de estudo, agora com foco no faturamento local. Para capturar os mercados de maior porte, a entidade primeiro reuniu os dados das 30 maiores cidades por faturamento e então os ranqueou pelos maiores crescimentos nominais. O período de análise foi do primeiro semestre de 2024 em relação ao mesmo período do ano passado.
Na primeira edição deste novo estudo, o primeiro lugar do ranking ficou com a capital de Goiás, Goiânia, com um crescimento de 25,59%, totalizando um faturamento de R$ 1,745 bilhão. Segundo dados divulgados pelo Governo de Goiás, a economia goiana foi a segunda do País que mais cresceu nos últimos 12 meses, com crescimento de 5,4%. Além disso, Goiás também teve o maior volume de produção para um primeiro semestre de toda a série histórica. Soma-se a isso, o fato de que o mercado de franquias em Goiás foi o segundo que mais cresceu, com uma variação positiva de 25%.
Seguindo o ranking temos as cidades de Florianópolis (SC) e Curitiba (PR), com crescimentos de 24,10% e 21,11%. Além da fortaleza de seus segmentos de Alimentação e Turismo, a ABF associa esse desempenho a reflexos das chuvas no RS, como o desvio de voos e turistas para essas cidades. Na quarta posição, temos a primeira cidade não-capital, Barueri (SP), com um crescimento de 20,85%. Esse desempenho foi alavancado pela retomada mais forte do trabalho presencial e pelo bom movimento em shoppings. Além disso, Baureri está entre os dez municípios com o maior crescimento populacional do Estado de São Paulo, segundo o último Censo do IBGE.
Na quinta e na sexta posições, temos duas cidades alavancadas pelo agronegócio: Campo Grande (MS) e Uberlândia (MG), com crescimentos de 20,85% (mesma variação de Barueri, mas na quinta posição pelo critério de faturamento) e de 20,67%. Completando as Top10, temos Manaus (AM), crescimento de 19,33%, São José do Rio Preto, com 18,27%, Maceió (AL), 18,11%, e Londrina (PR), 17,80%. Confira a lista completa ao final.
Para o presidente da ABF, Tom Moreira Leite, “o novo estudo nos permite um olhar mais apurado do desempenho das franquias nos maiores municípios brasileiros. Com o faturamento, vemos tento a questão de onde as franquias têm investido, como a demanda em si e ganhos de eficiência. Notem que neste grupo de 30 cidades a quase totalidade está acima de nossa projeção para o ano, de cerca de 10%, puxando o crescimento do mercado como um todo para cima. Vemos, mais uma vez, como o agronegócio tem impulsionado o setor e também como o interior, especialmente o paulista, vem ganhando corpo. Vai ser interessante acompanhar como estes movimentos e localidades vão se comportar nos próximos estudos”.
Do Ranking das 30, sete cidades têm forte associação com o agronegócio: Goiânia, Campo Grande, Uberlândia, Londrina, Ribeirão Preto, Cuiabá e Brasília, com crescimentos variando de 14,16% a 25,59%. Não-capitais temos 13 cidades, com destaque para o interior paulista e grande São Paulo: Barueri, Uberlândia, São José do Rio Preto, Londrina, Sorocaba, Ribeirão Preto, São José dos Campos, São Bernardo do Campo, Guarulhos, Jundiaí, Niterói, Campinas e Santo André, com crescimentos variando de 7,02% a 20,85%.
Por ramo de negócio, o estudo identificou crescimento de variados tipos de franquias, como sorveterias, açaíterias, clínicas odontológicas, óticas, redes energia solar, seguradoras e outros serviços financeiros, moda circular e sustentável e mercados autônomos.
Top 10 estados que mais cresceram em faturamento
Complementando o estudo, a ABF trouxe também os Top 10 estados que mais cresceram em faturamento entre o primeiro semestre de 2023 e deste ano. Dentre os dez, cinco possuem forte atividade agropecuária.
Mato Grosso lidera o ranking, avançando do 15º lugar, cuja receita aumentou de R$ 2,119 bilhões para R$ 2,734 bilhões no período analisado e com a maior variação positiva, 29%. Goiás alcançou a segunda posição, com faturamento saltando de R$ 3,333 bilhões para R$ 4,166 bilhões, uma alta de 25%. Roraima ficou em terceiro, crescendo 24%, de mais de R$ 215 mil para R$ 267 mil. Santa Catarina avançou do 19º para o 4º lugar, com receita que saltou de R$ 5,116 bilhões para R$ 6,264 bilhões e variação positiva de 22%. Com o mesmo percentual de alta e subindo da 18ª para a 5ª posição ficou Mato Grosso do Sul, passando de R$ 1,353 bilhão para R$ 1,651 bilhão em faturamento.
Destacaram-se também entre os dez, Amazonas, que subiu do 14º para o 7º lugar, Sergipe, do 25º para o 8º, e o Pará, do 16º para o 10º lugar.
Análise das 30 Cidades
Tomando a amostra das 30 cidades, a ABF fez um Raio-X tendo como recorte a participação no faturamento dos segmentos e a participação por operações por formato (loja, quiosque etc.) e modelo de negócio (tradicional, microfranquia ou mista).
Em relação aos segmentos, há um bom equilíbrio, mas Alimentação e Saúde, Beleza e Bem-Estar estão na frente, como tem acontecido no desempenho total do mercado de franquias. Esse segmentos, têm performado bem nos últimos trimestres e ajudam a explicar o crescimento na amostra das 30 Cidades. O segmento de Serviços e Outros Negócios tem seu destaque nas redes de energia solar, bem como nas franquias relacionadas ao agronegócio. Em Moda, novos negócios baseados em economia circular e sustentável têm impulsionado o segmento, e em Alimentação Comércio e Distribuição os mercados autônomos continuam com papel de destaque.
Em Formato, há uma ampla predominância das lojas tradicionais (82,9%), embora Home Based (formato bem mais recente) tenha uma participação representativa de 13,6%. Em relação ao modelo, vemos que a participação das franquais tradicionais aumentaram, enquanto das puras se manteve e das mistas caiu, o que, provavelmente, está associado ao aumento dos custos de implantação pela inflação.
“As franquias se mostram cada vez mais capazes de se adaptar às diferentes regiões e localidades brasileiras, promovendo o empreendedorismo, novas oportunidades de negócios, atendendo as diversas demandas dos clientes, levando novas experiências de consumo, colaborando para o desenvolvimento local e consolidando a interiorização do franchising no Brasil. A tendência é que as redes estejam presentes na imensa maioria ou na totalidade do território nacional”, conclui Tom Moreira Leite.
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* Modalidade de Microfranquia Pura: redes que possuem apenas operações com investimento inicial até R$ 135 mil;
*Modalidade de Rede Mista: redes que possuem formatos de operação com investimento inicial até R$ 135 mil e formatos com investimento inicial acima deste valor;
*Modalidade de Rede Tradicional: não oferecem nenhum modelo com investimento inicial até R$ 135 mil.
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