Falar de política em 2025 é, inevitavelmente, falar de polarização. No Brasil, nos Estados Unidos, na Europa e, por que não dizer, aqui mesmo, no coração do Noroeste Paulista. A divisão ideológica se tornou a lente pela qual muita gente enxerga o mundo — e infelizmente, isso tem travado avanços importantes.
Fernandópolis não está imune a esse cenário. Nos últimos anos, vimos crescer o clima de disputa entre grupos políticos que, em tese, deveriam estar unidos por um propósito maior: o bem da cidade. Mas, nesta semana, um gesto chamou a atenção e acendeu um ponto de esperança.
O que aconteceu? Um grupo formado por oito vereadores esteve em Brasília em busca de recursos com o deputado federal Fausto Pinato — um gesto de rotina institucional. O que tornou a ação emblemática foi a presença do prefeito João Paulo Cantarella na comitiva.
E qual o problema nisso? Nenhum. Na verdade, foi um acerto.
Cantarella, filiado ao PL, venceu nas urnas em 2024 contra um adversário apoiado diretamente por Fausto, que é do PP, sigla de centro atualmente alinhada ao governo Lula. Desde a eleição, o que se viu foi uma série de episódios que reforçaram a sensação de uma guerra fria local, entre apoiadores, políticos e militantes. A polarização nacional se refletiu nas esquinas da cidade.
Mas agora, ao que tudo indica, Cantarella e Fausto resolveram erguer uma bandeira branca. Um gesto simbólico e concreto, que deveria servir de exemplo para outros gestores: quando se trata do interesse coletivo, ideologia deve ceder espaço ao pragmatismo.
Fernandópolis precisa — e muito — de apoio federal. Fausto, como deputado com trânsito em ministérios, secretarias e até no STF, pode abrir portas que sozinhos os gestores locais não conseguiriam arrombar. Cantarella, por sua vez, tem experiência de sobra e sabe que governar é, antes de tudo, negociar.
Claro, há os que torceram o nariz. Aqueles que vivem da tensão, que alimentam o embate constante. Mas a população, que não vive de siglas e sim de resultados, deve enxergar neste gesto o que ele é: uma trégua necessária. Um pacto temporário ou duradouro, tanto faz, desde que os frutos sejam reais.
Que essa atitude sirva de alerta a todos os envolvidos na política local: não há tempo a perder com picuinhas eleitorais. O que está em jogo é maior do que qualquer ego. E o povo de Fernandópolis — esse sim, de direita, centro ou esquerda — merece ver a cidade crescer.
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